sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Learning to say godbye..

Ele ali deitado daquele jeito parecia uma afronta a tudo que fermentava em minha cabeça querendo explodir em raiva. Tão perfeitamente esculpido daquela forma na minha cama tornava imbecil qualquer tentativa de cuspir verdades dolorosas. E ele com aquele risinho malicioso de canto de boca só para comprovar o quanto eu era estúpida a ponto de discutir por algo tão insignificante. Na verdade nem era, mas naquele momento parecia. Ele sabe bem os meus pontos fracos, que me conquista com seu jeito desleixado de bacunçar meu cabelo só pra rir da minha cara de raiva. Mas a verdade é que estava tudo errado, eu só não conseguia falar. Acho que ele tem aquele controle do filme 'Click', que eu chego perto e fico muda. Com muita coisa pra falar, tantas lágrimas pra cair e esse silêncio manipulador que me sufoca. Vai ver a culpa é da minha covardia, que se ilude com essa aparência de bem estar e desiste de buscar a felicidade plena. Nem o tempo apagou o meu fascinio por esse homem embora suas atitudes aparentando bem distantes do esperado. O ponto crucial nessa história não foi o desgaste do tempo, nem mesmo sua falta de sensibilidade nas atitudes. Foi o desgaste geral e ponto. Nem mesmo os irritados de plantão aguentam discutir toda semana sobre os mesmos assuntos criando inclusive uma rotina: Segunda (dia de aturar crise de ciumes), Terça-feira (dia de brigar por conta do futebol sagrado), Quarta-feira (dia de brigar por conta do horário de sair do trabalho), Quinta feira (dia de discutir planos diversos como programação do final de semana, viagens e afins), Sexta-feira (dia de confronto entre sair com os amigos dele ou os meus), Sábado (dia dele inventar todas as desculpas do universo pra não ir naquela festa que eu tanto quero), Domingo (dia da briga entre visitar minha vó ou a dele). E assim seguem todas as semanas durante 3 anos. O problema nunca foi falta de amor, o problema é se relacionar com aguém que não sabe ceder, o problema é não resolver de vez um assunto. Passa-se sempre uma borracha de forma que na semana seguinte temos as mesmas questões mal resolvidas e discutimos novamente. Então como proceder? Como manter um relacionamento em que ambas as partes se recusam a conversar? Como amar independentemente de toda essa carga expressiva de indisposição para melhorar? Acho que essas respostas estão começando a clarear na minha cabeça. Só falta a coragem de desmontar tudo que ta estuturado para o fracasso. E ele ali me manipulando nas entrelinhas sem chance de resposta, sem que eu notasse o vazio imenso desse relacionamento. Aquela carinha de anjo que esconde uma disposição para o desentendimento. Que não sabe falar sem agredir, nem se colocar no meu lugar. Quem um dia retirou os tijolos do meu coração, hoje monta uma barreira ainda maior. Até quando não sei...

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