sábado, 15 de agosto de 2009
Dizer ou nao dizer, eis a questao
terça-feira, 28 de julho de 2009
Brincadeira de criança
sábado, 11 de julho de 2009
Sensorial
Ainda que vastas, não bastam.
Mesmo assim teimo
e vou dizendo em silêncio,
assim, em sussurro no ouvido
como verdades grandes.
Dizendo pelos poros, pelos pêlos.
Pelos cílios que se encontram
por acaso na luz branda da escuridão.
Pelos olhos que brilham
no deslumbre do encontro
que é sempre o primeiro.
Os silêncios gritam,
daí que os olhos se lêem depois.
Os olhos conversam, se entendem.
Os olhos se sabem de um jeito,
ainda que não se enxerguem direito,
ainda que na escuridão da meia luz.
Então, os lábios conversam,
trocam as mais indizíveis palavras.
Então, as almas se lêem à revelia do poeta
os corpos e as almas entrelaçados no gesto único.
As almas brilham à luz da madrugada.
E os sentidos concentrados
apenas no desejo do outro corpo,
na vontade do prazer único
que é o prazer do outro.
As palavras afinal são poucas,
mas se desdobram em dizeres múltiplos
pelos diferentes sentidos ali demonstrados.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Guerra silenciosa
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Psicanálise
-Lamento senhorita Stenhagem, mas devo informá-la que seu problema trata-se de felicidade crônica.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Meia poesia
Hoje eu quero o torpor dos anjos
o mal-dizer dos amantes
Nada de rompantes lado a lado.
Eu quero o cliche do amor
nunca acabado.
Nao me venha com meias verdades
eu quero sentir o pra sempre
e todo seu prazo de validade
Porque sou um ser sofrivel
solteirona de meia idade
E nem por isso, um ser amavel
Nao me venha com meios gestos
torpor morimbundo de vagalume
quero sorrisos leves e singelos
mesmo que tenha sido deposto
o imperio do bom costume.
E aqui so resta o rei morto.
Nao me venha com meias caricias
eu venho caminhando descalca
cansada dessa imundice do nao-amor
e se nao sabes me servir de coberta
nada de desculpas e por favor.
Por favor digo eu, indignada.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Vidros quebrados
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Eu, vc e a ausencia
branco, e sem cor.
Amargo e com rancor.
Rotina sem flor,
Bonito, mas matador.
Putrefeito e sem amor.
Como eu virei essa criaturazinha brega e sem sentido? Virei especialista em criar rimas prontas de livros vagabundos. Eu devo estar perdendo a minha identidade me identificando nos livros alheios. Me tornando uma pessoa externa de mim, que vive sem pensamentos proprios e respira o personagem. Eu sou na terceira pessoa, sinto na terceira pessoa, porque aqui nao sinto nada, nem a dormencia da ausencia, nem o sal, nem a pimenta. Eu devo mesmo estar entrando numa sala sem espelhos ja que nao enxergo o que se passa alma adentro. Vai ver nao se passa nada mesmo, acho que estou apenas respirando e com um coracao pulsando. Poetico demais pra ser tragico. Tragico demais pra ser poetico. Esta aberta a temporada de leitura.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Ar rarefeito
domingo, 19 de abril de 2009
Novela da minha vida
Que nem enredo tem
sem sal mas preferida
talvez por ninguem
Novela da minha vida
Ha uma ausencia morando em minha casa
que cobre de cinzas os espelhos
amarga o sumo das frutas
descontrolando o eixo da asa
Que nem serve pra voar mais.
Novela da minha vida
de ritimos e defeitos
talvez mais um anjo passageiro
ou uma quimera sem freios.
Novela da minha vida
Vejo essa abundancia de sorrisos
que me preenche, sem comida
ja que comer se tornou habito dos mortais
e sofro a indignacao do organismo fraco.
Novela da minha vida
Manchada de preto inseguranca
cujo elenco so faz fingir
mesmo depois que as cortinas fecham
E eu de protagonista,
presa no papel de mocinha
so me falta o principe, que disse adeus
so me falta paciencia com esse destino.
Queria eu ser vila e criar meu mundo
assumir as maldades e viver sem culpa.
Enquanto isso vivo a margem
marginalizada nos pensamentos do autor.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
O berço dourado
descançava o filho de alguém,
aquele que de tudo tem,
aquele que de tudo reclama,
aquele que baixinho clama,
por um berço dourado.
Nem diamantes e pérolas furta cor
colocadas em contrapor
emitiam a radioatividade do metal,
aguarde o temporal.
Admira a beleza de seu berço reluzente
mas não é benevolente
e continua exigente,
pois nenhum berço é tão cativante,
nem tão exuberante
quanto o de ouro.
Um choro pidão, assim descontraído
Ele, certamente considera sua vida ganha
no fundo, não passa de um filho da fama
Sua face exala a feição de seus genitores.
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Possivelmente escrito em 2001, observe as rimas bobas de uma criança de 11 anos.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sobre ela
sexta-feira, 27 de março de 2009
Para quem quer que eu sou!
Em circulos, inevntaram-me o mundo
de nuances e sorrisos de falsidade
sem ardor ou qualquer vinculo
aquilo que chamo de identidade
e sem ser quem sou
sou alma desamparada
sou metafora do caos organizado
sou poesia cantada,
desafinada.
[In]mundo abortado
sou tormento sepultado,
feitico de navalha,
sou amante acovardado
lamento que o vento espalha.
E o nao-ser me espanta
que num grito em silencio
por demais [ir]responsavel
arranha-me devagar a garganta
essa ja cansada de lamurias
e promessas de palavras dormentes
Que por mais calejada
exclama o desespero presente.
Pois sou retrato discrente
com toda essa maldade sem precedentes.
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Continuo sem acento, infelizmente. Peco desculpas...ainda que sem cedilha!
sexta-feira, 20 de março de 2009
E isso eu nunca soube dizer...
Maldita que corrói por dentro
infecciona e inflama depressa,
raiz execrada de todo tormento.
Prefiro o silêncio do ar condicionado
embora cheio de ruídos,
passa despercebido pela multidão.
Assim como eu, que vago calada
subproduto de tamanha contra-mão.
Mas sou ferida aberta e recortada
sofro os pesares da vida mundana
com a alma acelerada.
E, no acaso, desmembro a membrana
de todos os dias em que longe passas
talvez algo derradeiro e inevitável
ou uma quimera sem graça.
Só sei que esse vazio tangível,
sem ressalvas, me habita por inteiro.
queria eu ter alma assassina
só assim pra sentir meu braço amputado
e não morrer por dentro, sem morfina.
Não quero parecer mórbida
nem por demais dramática
Mas saibas que enquanto não vens
em mim, reina a ausência.
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Vão ser longos esses 6 meses, mas saiba que tens um coração aflito a te esperar. Que a Irlanda lhe traga bons frutos. Tua irmã te ama, Rafa.
Pra sempre, sua Baixinha.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Foi esse o dia em que eu te perdi...
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Viajo hoje e vou ficar cerca de 20 dias sem comunicacao com o mundo e em estado de descanso profundo. Bom, coloquei um gadget de musica ali do lado com algumas das minha preferidas, ja que sou apaioxada por essas ai desponiveis. Como odeio blog que te empurra musica adentro sem pedir permissao, esse so aciona caso lhe interesse. Enfim, quando tiver tempo, pretendo coocar mais algumas por la.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Dança contemporânea
concentrada, como quem extirpa uma vida
adentrando desmitificada as entranhas
sem perder o tom amargo de intrometida
e de ouriços arranhar-te por inteiro
Eu quero estar no entre-meio
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Selos
Obs: Esse computador nao tem acentos entao eu to escrevendo um pouco mais de acordo com a nova ortografia e um pouco menos de acordo comigo mesma.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Poesia
seja na flor despedaçada
ou nos teus olhos de adrenalina.
Por hoje eu respiro poesia
como quem esperimenta um perfume
como quem inala maresia.
Por hoje eu sinto poesia
seja no toque das tuas costas
seja de amar esse meu novo costume.
Por hoje eu tateio poesia
adentro seus cabelhos cacheados
por entre seus calores extremados.
Por hoje eu sofro poesia
como quem perde um filho
por encantos desmembrados.
Por hoje eu amo poesia
e nem sei se esses versos encaixam
ou se de sentidos se completam.
Por hoje eu escuto poesia
no ranger dos seus dentes de malícia
nessa musica deprimente que vicia.
Por hoje eu como poesia
e mastigando palavras que rimam,
engulo o meu sofrer.
Por hoje eu sou poesia
já que essa melancolia não me larga
e esse poema não acaba.
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Escrito em algum dia de 2004.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Preto e Branco
Devaneios corrompidos de verde em ferida latente,
anedota blasé nesses dias de afago.
Me diga onde despejar a desconhecida semente,
pois de lilás em lilás, o palhaço se faz amargo.
Derrama-me em manchadas latas de tinta,
ou contornos avermelhados de sangue.
Já que em ti a pulsação se faz, ainda.
Sem estrelas para ouvir ouço o teu céu mudo,
espelhos de um mar sem fim.
Mas é calmo sob as ondas,
no azul profundo do meu tormento.
Na ausência das idéias não nego:
sinto o vazio, ouço o silêncio e vejo o nada.
Faço poesias com a sombra esvaziada.
Pois sou poetiza e poetizo o nada em tudo.
De agudas pedras sem cor faço cama de veludo,
da escuridão faço fulgor de luz e brilho
enquanto o velho senhor procura abrigo.
E esse preto sem graça me possui
arruinando todo encanto multicolorido
mas nenhuma alma desapegada influi
Porque só me restam poemas de dor.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Pra não dizer que não faço finais felizes..
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Desamores
e você me nega os interiores
antes renascer rameira
a me abater pelas dores.
Eu me ofereço inteira
enquanto procura amores
ao longo da fileira
só lhe peço que decidas
em qual lado da trincheira
me trairá as escondidas.
Eu me ofereço inteira
Você se satisfaz com metade
Sempre rondando a beira
do sofrimento, desejos a parte.
Eu me ofereço inteira
de um lado a outro, opacidade
vidros quebrados nessa roseira
Pra disfarçar a mediocridade.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Sobre a guerreira
Como não conseguia escutar desaforos e ficar calada, respondeu com o cinismo dobrado. E quase ninguém sabia ser mais cínica que ela.
-Eu penso e faço, elas só pensam, não me recrimine, elas são iguais a mim, só que elas tem o que perder, eu não.
Ela nunca intendera o que estava escondido atrás daquelas palavras. De fato, Renata sabia ser intensa. Não era hipócrita, era só ela e só sabia ser assim. Uma menina com traços de idade que demonstravam que a vida não lhe havia suavizado os castigos. E as meninas da classe continuavam a zombar do seu modo desleixado de levar a vida, dos rompantes que tanto lhes invejavam.
-Babacas! -se defendia suavimente ainda que por dentro um conflito de sensações se formasse. Ela até queria ser aceita no grupo. Só não aceitava essa garota medíocre que ela se tornava quando tentava se encaixar nos padrões. Então resolvia errar por si mesma, assumir a culpa e colocar a cara a bater. Queria começar uma revolução em seu corpo e divulgar seus questionamentos sobre a sociedade à partir de si própria. Nunca intendera porque toda menina precisava brincar de boneca nem muito menos o porquê de todo esse puritanismo que lhe cercava. Era um tanto quanto política e contestadora, mas não se deixava intimidar pelas críticas e pré-julgamentos que sofria unicamente por possuir cabelos curtos e algumas tatuagens escondidas. Ela gostava mesmo das adversidades, do torto da vida, dos subníveis do impossível. Não sabia se adptar ao meio lunático que crescera, achava mesmo que a vida ia muito além de viagens internacionais e bolsas gucci. Jurava que podia abrir os olhos do mundo, mas o mundo não só a ignorava como revidava com força. Esse era o preço de ser sonhadora, de querer mudar as coisas. Renata, cuja vida doída não repelia ao contrário das princesas de vidro, das meninas tons pastéis, tinha personalidade que extrapolava seu comportamento ruidoso. Ela era um oceano turvo e profundo, mas que cativava pelo que era, assim, sincera.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Promessas
Esse foi o discurso que Luiza nunca tivera coragem de ler, e até hoje esta guardado na gaveta do criado mudo. Uma decisão de transformação que não passou de um papel amarelado em baixo das contas do mês. Vai ver é mais simples resistir na falta de romantismo num casamento monótono e seguir a vida só existindo, sem viver de verdade. Acreditava que valia a pena abrir mão de sonhos e realizações pessoais em prol de um casamento de fachadas, sempre se preocupando no que os outros iam pensar. Ela achava que tinha, sem perceber, transferido todo amor que sentia pelo marido para os filhos e netos. A partir daí mimava-os indiscutivelmente.